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Tempos Modernos Uma entrevista com Erica Woods Fundadora/Diretora do Projeto de Habitação dos Desabrigados da Bahia Por: Ana Paula Oliveira traduzido por: Ana Paula Paim de Oliveira-Stansell Fotografias por: Bethany NagyFale um pouco do título desta entrevista. Tempos Modernos é uma de minha músicas favoritas. Começa com o verso “Eu vejo a vida melhor no futuro” e termina com o verso “Vamos viver tudo que há pra viver, vamos nos permitir.” Acredito que o título seja apropriado.

Por favor, fale um pouco de você.

Eu sou mãe de dois jovens incríveis de 21 e 18 (quase 19) anos.  Eles são os meus grandes presentes para o mundo.

Eu nasci em Birmingham, Alabama.  Minha mãe, muito corajosa, mudou-nos para Hollywood em Los Angeles, California quando eu tinha dois anos de idade. Eu fui criada em uma comunidade maravilhosa formada por pessoas de todas as partes do mundo e de diversas culturas.  Eu cresci falando Espanhol e sempre adorei música e dança. Morei na Europa e viagei bastante, apesar de sentir que só estou começando, e que sei que quero conhecer todas as partes do mundo antes de dar meu último suspiro.  Eu também escrevi dois livros, um de ficção e um não, os quais gostaria de ver publicados em breve.

Eu não estou muito acostumada a falar sobre mim. Eu preferiria falar sobre o PHDB... não é por isso que estamos aqui conversando?

Absolutamente.  Como esse seu projeto teve início?

A primeira vez que viagei para o Brasil foi em 1995.  A cidade de São Paulo me pareceu muito interessante e, a cidade do Rio de Janeiro, fascinante, mas intensa.  Eu me senti em casa antes do avião pousar em Salvador. Desde aquele primeiro momento, eu me senti completamente envolvida e com um desejo insaciável de ajudar a Bahia e seus filhos...

Minha primeira tentativa de ajuda envolveu tirar dinheiro de meu rico patrão e dar para amigos que estavam passando necessidade no Brasil.  Foi uma idéia boba que tinha muito boas intenções por trás, e que me trouxe muitos problemas... mas isso é uma outra história, a qual é relatada em detalhes em meu livro A Day Without Me (Um Dia Sem Mim).  Contudo, ao invés de destruir meu desejo de ajudar as pessoas, na verdade só acendeu ainda mais a minha paixão. Além disso, eu compreendi que eu estava somente colocando um bandeide em um problema que,  na verdade, é muito maior.

Durante muitos anos eu trabalhei para diferentes organizações que lidam com pessoas que vivem nas ruas de Los Angeles, o que me ajudou a acumular um vasto aprendizado no assunto.  Além de outras coisas, percebi que nos Estados Unidos essas pessoas possuem inúmeras oportunidades para mudar suas circunstâncias.  A cada ano que eu visitava o Brasil, ficava mais claro para mim que o mesmo não acontece lá.  Durante essas idas a Bahia, eu andei dias inteiros pelas ruas de Salvador falando com essas pessoas de rua, mendigos, comprando almoço ou um par de sapatos para as crianças, e ensinando a Língua Inglesa para jovens impossibilitados de pagar por um curso.  Cada vez que eu perguntava a essas pessoas o que eles precisavam para não estar mais nessa situação, a resposta sempre era a mesma - uma oportunidade.  Devido à essas experiências, eu soube que parte de meu trabalho aqui na terra seria de fornecer essas oportunidades.

A idéia em si para o PHDB (Projeto de Habitação dos Desamparados da Bahia) surgiu como um sonho quando estava dirigindo para casa voltando da yoga.  A princípio a idéia me assustou bastante - arrecadar fundos de Brasileiros para criar abrigos e escolas, construir comunidades com pessoas que irão aprender a se auto-sustentar; além de proporcionar a criação de oportunidades para essas pessoas reverterem suas circunstâncias.  Eu parei o carro e imediatamente comecei a colocar essa idéia no papel.  Quanto mais o medo queria tomar conta de mim, mais empolgada eu estava para começar o projeto.

Eu sempre soube que nada teria início até eu ter certeza que meus filhos poderiam tomar conta de si mesmos.  Eles sempre foram minha prioridade.  Apesar disso, há mais ou menos 12 anos, eles sabem que eu iria me mudar para o Brasil.  Eu estou muito honrada em dizer que hoje eles são adultos e capazes de criar seus próprios caminhos.

Então, estou indo para a Bahia.

Por que a Bahia?

Da mesma forma que toda a humanidade deve sua existência aos dois primeiros seres humanos que andaram na Terra, todos os brasileiros devem sua existência a Bahia.  A Bahia é o berço do Brasil e, por isso, o lugar perfeito para ser o berço do PHDB.

Para mim, a Bahia foi o primeiro lugar onde realmente me senti “em casa”.  Eu sempre me encontrei um pouco “fora de contexto” vivendo nos Estados Unidos - mesmo em Los Angeles.  Na Bahia, eu senti que encontrei minha tribo - não importando se na cidade de Salvador, nas cidades à beira do Rio Paraguaçú, ou do outro lado da Baía, sempre me senti em casa.  Eu não vejo a Bahia ou Salvador como um lugar de passagem ou como uma atração turística, e também não possuo a visão nublada. Eu vejo a Bahia como meu lar, e eu quero ver meu lar desabrochar, crescer mais forte, e mais inteligente, e se tornar financeiramente estável.  Eu quero que minha casa usufrua de suas grandes riquezas, as que vejo quando caminho pelas ruas da cidade e respiro o ar. Esse valor, essa riqueza, se iniciará com a exaltação da população e com a oportunidade de alterar a situação presente. Eu sou apaixonada pelo Brasil, mais especificamente pela Bahia.

Por que Brasil?

Porque é necessário.  Além disso, na minha opinião, Brasil é um dos países mais  poderosos do mundo, perdendo em segundo lugar somente para a África.  O fato de os brasileiros, assim como os africanos, não compreenderem o poder que têm, não significa que o poder não existe.  A intenção do PHDB é de ajudar os brasileiros a redescobrirem seu poder com a possibilidade de certas medidas básicas, como: acesso a moradia, educação, emprego e assistência médica.  O PHDB não é um programa baseado em doações.  Todas as pessoas que farão parte da comunidade estarão cientes de seus deveres como cidadãos, ou seja, têm de trabalhar, crescer como indivíduos e modificar suas circunstâncias para que possam continuar membros da família do PHDB.

Por que você? Qual a sua motivação?

Minhas motivações são amor e gratidão.

O amor não tem outro desejo a não ser existir e fluir.  Eu amo a Bahia, e o Brasil como um todo; e acredito que o PHDB é a melhor maneira que tenho de mostrar esse amor e de prestar serviço. O PHDB é a minha forma de amar o Brasil, assim como um humilde agradecimento aos meus ancestrais datando desde os dois primeiros seres humanos.  Ao viver minha vida da melhor maneira possível e aceitando os obstáculos e a felicidade que o PHDB trará, estou mostrando como sou grata aos meus ancestrais, meus familiares e ao Divino por todas as bençãos e riquezas da minha vida.

Por que não depender somente de investidores estrangeiros para o PHDB?

Porque este modelo antiquado nunca funcionou.  A única forma para o PHDB dar certo, ou seja, para que uma mudança duradoura seja possível, os brasileiros têm de participar em todos os níveis do projeto. Se o Brasil não estiver preparado para investir nos brasileiros, então o Brasil será derrotado. E se o Brasil for derrotado, com ele, todos os brasileiros; não somente os pobres já marginalizados, mas também os ricos e os que possuem educação, os quais serão forçados a deixar suas lindas casas e seu lindo país porque se sentirão aprisionados pela massa, a qual, devido às suas circunstâncias, irã roubá-los e atacá-los, irã mendigar todas as vezes que eles saírem de suas casas, e estas não estarão mais seguras, devido à população desespero que acreditará que não terá mais nada a perder.

Se alguém necessita de prova desse declínio rápido, só basta olhar para os Estados Unidos. À medida em que a classe média desaparece, o índice de criminalidade aumenta.  À medida em que a América investe cada vez mais em oportunidades de negócios em países estrangeiros e dá centenas e centenas de empregos às pessoas da Índia, China e México (empregos esses que deveriam ser dados a americanos) está fazendo com que muitas das cidades pequenas dos Estados Unidos se tornem virtualmente fantasmas. A nação está entrando mais e mais em débito, o índice de pobreza aumentando e está se auto-destruindo.

Com o governo dos Estados Unidos mostrando seu desinteresse pela população, um bom exemplo é Nova Orleans, o público americano está diante de uma realidade cruel, a que Nova Orleans poderia ser qualquer outro lugar do país e que nenhum de nós seríamos tratados de maneira diferente. Os sistemas básicos de educação e assistência médica estão mais e mais distantes da população e estão se tornando uma oportunidade elitista (como comprar uma casa, por exemplo), fazendo com que os americanos procurem uma maneira de retornar à uma vida mais simples, o que, de certa forma, não mais existe.

Felizmente, o Brasil não é os Estados Unidos. O Brasil não vive de acordo com esse modelo e não precisa cometer os mesmos erros.

Mas como Americana, você não faz parte do mesmo problema e, portanto, se torna uma oportunista?

Eu sou muito grata à terra em que nasci e por todas as oportunidades a mim fornecidas.  Porém, eu nunca fui o que se considera “uma americana de fato”.  Eu sempre me preocupei mais com o mundo (como um todo) do que somente com o Estados Unidos.  Além disso, desde cedo, talvez porque tive o privilégio de viajar bastante, eu sempre soube que não haviam muitas coisas “corretas” sobre a forma de vida nos Estados Unidos.  Eu sou uma cidadã do mundo e, esse mundo, corre nas minhas veias - a minha descendência é tanto Irlandesa, Francesa, Holandesa, Espanhola e Inglesa quanto Africana e Indígena - provando que o mundo é meu lar. A meu vê, esse projeto é somente o começo.  Eu pretendo utilizar o modelo do PHDB em todo o planeta, onde quer que existam pessoas que necessitam de abrigo, emprego e educação, haverão possibilidades de crescimento e mudança proporcionadas pelo PHDB.

E com relação a ser uma oportunista - absolutamente não.  Este projeto não é para mim, e sim para ajudar a população aprender como se ajudar.  Acredito que sempre fui bem clara quanto a isso.

Então, não parece trabalho de missionário?

Na verdade, muitas pessoas vem me perguntando isso.  E a resposta é a mesma - NÃO.

Missionários têm o plano de ação de tentar “consertar” o que eles crêem (ou aprenderam de acordo com sua religião) que esteja defeituoso.  A Bahia, na verdade todo o Brasil, não necessita de “conserto”.  Em muitas áreas, o Brasil é bastante saudável e floresce a cada dia; quase um paraíso com uma qualidade de vida que há muito não se encontra nos Estados Unidos, e em muitos outros lugares que já visitei.  O PHDB é simplesmente um instrumento, um serviço fornecido para que as pessoas tenham a oportunidade de escolher como desejam conduzir suas vidas.  O PHDB não surgiu para apresentar um quadro de mudanças ou a melhor forma de “consertar” um país.  Todavia, todas as melhorias que acontecerem serão totalmente atribuídas ao empenho de cada indivíduo.

Como isso funcionará?

O projeto será muito trabalhoso, mas a idéia em geral é bem simples.  Investidores irão fornecer uma certa quantidade de dinheiro e trabalhos e/ou serviços uma vez que a comunidade esteja estabelecida.  Se necessário, eles também fornecerão treinamento adequado.  Todo o dinheiro investido será utilizado em várias fases do projeto, começando com a compra de edfícios abandonados por toda Salvador; planejamento da reconstrução desses edfícios, o qual será feito por arquitetos vinculados ao PHDB; e a criação de novos espaços, os quais utilizarão energia solar (profissionais adequados serão contratados para a construção de cada prédio).

 

Quando cada edfício estiver quase pronto, a fase seguinte será a de contratar profissionais para todos os setores, ou seja, de guardas de segurança a médicos. Após, iniciaremos a fase de entrevistas de pessoas que farão parte de nossa comunidade, selecionando pessoas que vivem nas ruas que querem a chance de alterar suas circunstâncias; indivíduos que possuem o desejo de fazer o necessário para manifestar mudança e, conseqüentemente, uma vida melhor.

Com a inauguração do projeto piloto, daremos início a fase de eventos para arrecadação de fundos, como por exemplo, O Navio Negreiro (um show), proporcionando o envolvimento de comunidades de Salvador, da Bahia e do Brasil como um todo.  Quando o projeto piloto estiver pronto e funcionando bem por aproximadamente seis meses, começaremos de novo - arrecadando fundos, comprando edfícios, e continuando com a construção e o fortalecimento da comunidade do PHDB, para que mudanças concretas continuem a ser manifestadas cada vez mais.

Quanta ingenuidade você acredita que tem com relação a esse projeto?

Não muita.  Quero dizer, um pouco de ingenuidade é necessário para iniciar qualquer coisa que é verdadeiramente nova e diferente... e grandiosa como o PHDB.  Contudo, além dessa dose ínfima de ingenuidade, eu sei que o PHDB irá requerer trabalho árduo, dedicação, paciência, colaboração, perseverança e aprendizado... e, talvez, alguns goles de uma boa cachaça.

Eu antecipo muitas noites de insônia, atrasos, alterações nos planos... eu realmente espero o inesperado durante cada fase desse projeto.  Na verdade, eu mal posso esperar...  Mudança é a única constante na vida de cada um, e eu me sinto preparada para as mudanças inevitáveis que estarão associadas com o PHDB.  Além disso, eu não creio que o PHDB não dará certo.  O que eu realmente acredito é que o PHDB estará oferecendo algo que atualmente não existe na Bahia, o poder de escolha.

Onde você se vê em 10 ou 15 anos?

Em 10 ou 15 anos eu gostaria de ver brasileiros administrando o PHDB, o qual à medida em que for expandido será conhecido como Projeto de Habitação do Brasil.  Eu também gostaria de prestar serviços de consultoria para a criação de projetos similares em outros países, estados ou cidades.

O que o PHDB necessita?

Ajuda, é claro.  Assim como todas as organizações sem fins lucrativos, o PHDB somente irá crescer se obtiver a ajuda necessária, assim como fundos, materiais, computadores, etc.  Eu já enviei cartas solicitando ajuda e convidei investidores brasileiros para participarem do projeto; e continuarei fazendo o mesmo com o contínuo desenvolvimento do PHDB. Mas também existe a parte que será composta da participação de artistas de todos os ramos, companhias de computadores, e de materiais de construção.  Eu continuarei solicitando ajuda e suporte de indivíduos e organizações no Brasil e nos Estados Unidos.  Quanto maior suporte o PHDB obtiver, mais e mais o projeto irá florescer.

O PHDB também necessita de empregados.  Quando eu chegar em Salvador em setembro, eu estarei procurando contadores, assistentes, arquitetos, etc. para se vincularem ao projeto.

E se não funcionar?

Se, infelizmente, o projeto não funcionar, eu sei que tentei.  Recentemente eu li um dizer sobre a importância de ouvirmos a voz dentro de nós mesmos que nos chama para fazermos a nossa parte em prol da melhoria do mundo.  O PHDB é exatamente isso para mim... eu estou fazendo a minha parte e fazendo o trabalho que acredito que fui chamada para fazer.  No final, é o que realmente importa.

E a corrupção e o perigo da “falta de responsabilidade” no Brasil?

Se eu me deixasse incomodar com corrupção, eu não levantaria da cama todos os dias.  Corrupção, como política, está em todo lugar.  A corrupção está entranhada na maneira em que os Estados Unidos funciona, o governo Brasileiro, como também todos os governos do mundo.  Não importa!  Eu concordo com Jeffrey Sachs, eu sou impaciente com relação ao uso de corrupção como uma justificativa.  Corrupção é usada para promover e promulgar inércia e eu estou muito cansada disso!

Bem ou mal, o mesmo é verdade com relação a “falta de responsabilidade” que você está se referindo.  Políticos e funcionários do governo em todo o mundo são famosos por não assumirem a responsabilidade devida desde que política teve início.

Responsabilidade não representa a forma que um país é governado, mas sim cada membro da sociedade. Está presente na bisavó que mesmo com mais de 80 anos, ainda caminha mais de 3 quilômetros para lavar roupa de uma família de classe média, e se sujeita a ganhar uma miséria para sustentar seus filhos, netos e bisnetos. Responsabilidade faz parte da vida dessa mesma senhora, que acorda cedo para alimentar toda sua família antes de sair para o trabalho e, que após ter caminhado mais de 6 quilômetros, chega em casa e continua cuidando dos seus.  Este é o nível de responsabilidade que estou interessada.  Essas são as pessoas com as quais quero trabalhar.  Essas são as pessoas que desejo servir.

O que você fará para administrar o PHDB livre de corrupção?

O que quer que seja necessário.  Se eu tiver que contratar um contador da Sri Lanka ou de São Francisco porque tive que demitir um time de contadores brasileiros, que assim seja.  Se eu tiver que administrar parcialmente cada setor do projeto para ter a certeza onde cada centavo está sendo gasto, então é isso que farei. Como já disse antes, o PHDB é sobre brasileiros ajudando brasileiros.  Não há espaço para aqueles que têm o objetivo de roubar ou de criar corrupção dentro do PHDB; a organização realmente não necessita estar envolvida com nenhum tipo de falcatrua.  O PHDB, como qualquer outra organização, terá receitas e despesas, assim como demonstrativos mensais e balanços anuais, os quais serão conferidos por profissionais qualificados.

Parece que será formidável e bem caro!

Não acredito que será nenhum dos dois.  Será simplesmente uma forma de progresso, garantindo a integridade do PHDB e as melhorias vinculadas com o projeto.

 

Realmente parece que você tem todas as respostas.

Isso é engraçado.  Quero dizer, estou feliz que é essa a imagem que tenho.  Eu não creio que tenho resposta para tudo, simplesmente estou aberta para todo tipo de perguntas, todo desafio, e todas as aventuras associadas com o PHDB.  Assim como é certo que obstáculos surgirão, com eles virão respostas e soluções.  Estou aqui simplesmente para fazer minha parte.

 

Para contactar a Srta. Woods com relação ao PHDB, por favor manda um messagem abaixo. Sobre a entrevistadora: Ana Paula nasceu e cresceu e Salvador, Bahia, Brasil. Ela tem um diploma de Bacharel em Letras pela Universidade Catolica de Salvador. Ana Paula e professora, escritora, editora e tradutora, alem de excelente cozinheira e mae de um lindo garoto. Atualmente ela mora em Quartz Hill, California.